Cisto Pilonidal

O cisto pilonidal é um espaço preenchido por secreção que se forma na linha entre os glúteos, na região do cóccix. Esse cisto pode inflamar e infectar, causando dor e saída de secreção, e quadro pode estar acompanhado de dor que piora ao sentar ou ao inclinar para trás. Os cistos pilonidais parecem estar associados aos pelos na região. Devido ao formato das nádegas, as técnicas cirúrgicas são trabalhosas e existe sempre a chance da doença voltar.

Exemplo de um orifício causado por um cisto pilonidal. É possível observar um pouco de inchaço ao redor da região afetada.

Se o cisto nao estiver infectado, ele pode nem causar sintomas, sendo possível apenas visualizar os orifícios na região sacral. Se estiver em vigência de infecção, pode causar dor, vermelhidão latejamento e saída de secreção mal cheirosa.

O diagnóstico normalmente é feito em consultório através da visualização direta dos orifícios do cisto, ou da saída de secreção purulenta. Em alguns casos, podemos utilizar exames como o ultrassom e a tomografia para identificar a extensão da doença por baixo da pele e ajudar no planejamento cirúrgico.

Exemplos de cistos com trajetos de tamanhos diferentes. Foi utilizado um instrumento chamado estilete para atravessar o cisto pelos orifícios mais distantes.

Existem várias opções de tratamento, dependendo do material disponível e do grau de infecção do momento. Pacientes em crise podem realizar apenas a drenagem do espaço, para facilitar a saída de secreção e a recuperação com antibióticos. Em casos sem sintomas, podemos optar por não intervir, e apenas acompanhar a evolução do processo.

Pacientes fora da crise podem realizar procedimentos mais complexos, visando a ressecção da doença. A cirurgia clássica é chamada de excisão e curetagem, na qual o espaço do cisto é aberto e deixado para fechar ‘de dentro para fora’. Embora as taxas de sucesso desse método sejam boas, o tempo de cicatrização é bastante longo.

Exemplo de um cisto operado pela técnica convencional. A ferida precisa fechar aos poucos, de maneira gradual. Na foto, paciente se encontra com cerca de 90 dias de pós operatório.

Hoje em dia, busca-se uma maneira de encurtar o tempo de recuperação da cirurgia clássica, associado a uma boa taxa de cura. Várias técnicas vem surgindo com esse objetivo. Existem técnicas que tentam fechar parcialmente a ferida, como retalhos, e outras que tentam reduzir o tamanho dos cortes, como a técnica de punch.

Técnicas com preservação de pele. Na primeira figura, vemos a preservação de pele com o punch e o fechamento parcial da parte inferior da ferida. Na segunda figura, utilização exclusiva da técnica de punch, para fazer furos menores e evitar fazer um corte maior.

No momento presente, a técnica mais moderna e promissora parece ser a utilização de laser para o tratamento do cisto pilonidal. São feitos furos ao longo de todo o trajeto, e o laser é aplicado em cada um deles. Desse modo, ocorre a destruição do trajeto sem a necessidade de remover a pele, acelerando muito o tempo de recuperação. Os trabalhos já mostram que o laser não é inferior as técnicas convencionais e apresenta uma melhora no tempo para cicatrização.

Exemplo de uma cirurgia feita com o laser. Como ele é aplicado através de pequenos furos na pele, a cicatrização é acelerada.

Não existe ainda uma técnica perfeita para o tratamento de cisto pilonidal. A excisão e curetagem apresenta um longo processo de cicatrização, as técnicas com retalhos e preservação de pele podem ter taxas de sucesso mais baixas e o laser é um procedimento mais caro, que não é coberto pelos planos de saúde. 

Mesmo com a realização adequada das técnicas, as taxas de sucesso são em torno de 80% e as recidivas fazem parte da história natural da doença. A melhor cirurgia deve ser discutida com o paciente e a equipe, e o cuidado com a depilação e os curativos após a cirurgia são cruciais para uma boa recuperação

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